Face menina dos dias mulher da noite

Foge menina da noite

Que os homens daqui são iguais

O animal ronca e alma descansa em paz

Ternos, gravatas respiram suados

Doutores, pastores, peão

A cada centavo a cada milhão a cada sim acaba-se

A face menina dos dias, mulher da noite  

Entre quatro esquinas num hotel barato um barato pra ficar em cima pra ficar ligado  

Carros silenciam sentenciam-se milhões 

Fugindo pra casa maquilagem borrada batons

Na face menina dos dias, mulher da noite 

A praça parece pequena

Pros teus sonhos nus

Enquanto lhe cobrem o corpo enquanto lhe lançam pus

Na ferida aberta na miséria selada dos olhos famintos da boca fechada

Na face menina dos dias, mulher da noite 

Teu corpo não mais existe e é só o que eles vêm

Tua alma perpetua, mas não podem perceber

Que o teu sorriso e grito que eles fingem não ouvir

E se calam quando olham para ti

Pra face menina dos dias mulher da noite 

Published in: on outubro 3, 2007 at 6:23 pm  Comments (1)