Destas…

A fata de tempo, o quanto você faz falta.

O tempo que ainda me resta, no quanto de ti me escapa.

A mediada das lembranças o peso das saudades.

A lógica imperfeita e tragica dos vazos vasios na sala.

As flores que nao nos demos, os remos que nao usamos.

Os barcos que naufragamos, as guerras que nós perdemos.

No cálice que nao brindamos às coisas que se acabaram.

Ainda resta vinho tinto tingido pelo orvalho.

Dos dias que nao iniciamos, dos dias que por si findaram.

Das luas que nao vivemos, dos sois que não nos banharam.

Dos sonhos que nao tivemos, dos rios que se secaram.

Das crianças que não criamos brincando no quintal da casa.

Das gargalhadas que nós não demos desta eu sinto falta.

Das coisas que não possuo e só a ti as remeto.

Do medo do meu escuro que no caos se chama desejo.

Destas e que te escrevo, pra que saibas que ainda me lembro

Embora nada disso fizemos, de tudo eu jamais me esqueço.

Published in: on julho 16, 2007 at 8:41 am  Comments (2)